
Jornada sobre solos saudáveis para uma agricultura produtiva e resistente às alterações climáticas.
- O evento contou com a participação de especialistas académicos, alunos e instituições de todo o território nacional, com destaque para o Ministério da Agricultura.
- Na sua 16.ª edição, este certame consolida-se como um espaço de colaboração, debate e inovação entre os setores público e privado, para promover uma agricultura mais produtiva e resistente às alterações climáticas.
Madrid, 10/04/2025 – Mais de 100 especialistas do setor primário, representantes do setor público, académicos e alunos de agronomia participaram na 16.ª Jornada da Cátedra Fertiberia de Estudos Agroambientais, realizada na ETSIAAB (Escola Técnica Superior de Engenharia Agronómica, Alimentar e de Biossistemas) da Universidade Politécnica de Madrid, para abordar um dos desafios mais prementes da União Europeia: a necessidade de ter solos saudáveis para garantir uma agricultura produtiva e resistente às alterações climáticas.
A sessão de abertura contou com a presença de Elena Busutil, Diretora-Geral de Produções e Mercados Agrários do Ministério da Agricultura, Pescas e Alimentação; Óscar García, reitor da Universidade Politécnica de Madrid; José Manuel Palacios, diretor da ETSIAAB e Luis Sánchez Álvarez, chefe de setor na Missão Solos da Direção-Geral de Agricultura da Comissão Europeia. Por parte da Fertiberia, participaram Alfredo Segura, diretor comercial de Fertilizantes, e Javier Brañas, diretor de I+D+i do Grupo, que realçaram a importância da colaboração entre os setores público e privado para alcançar os objetivos comunitários em matéria de ambiente.
A saúde dos solos tornou-se uma prioridade estratégica para a Europa, face aos desafios das alterações climáticas e da segurança alimentar. Daí a importância de contar com iniciativas como o Ano Internacional dos Solos da FAO ou a “Mission Soil” da Comissão Europeia, para sublinhar e sensibilizar para a urgência de preservar este recurso a todos os níveis. Neste contexto, a investigação e a inovação assumem o papel principal no desenvolvimento de soluções para regenerar os solos, proteger a sua biodiversidade e aumentar a produtividade agrícola, sem deixar marcas no ambiente.
Algumas das medidas em que o setor dos fertilizantes já está a trabalhar de forma prioritária são o desenvolvimento de produtos de elevado valor e biotecnológicos que aumentem a rentabilidade do meio sem causar danos aos ecossistemas, a investigação de novos métodos de produção que respeitem mais o ambiente, bem como a aplicação de novas tecnologias e dos dados para monitorizar a evolução das culturas em tempo real.
O evento também contou com a participação de Carlos García Izquierdo, professor investigador do CEBAS-CSIC, que falou sobre o aumento do teor de carbono nos solos agrícolas, e Cristina Cruz, professora da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que dissertou sobre a importância do microbioma para a saúde dos solos.
O debate prosseguiu ao longo de outras quatro intervenções:
- Khalid Akdi Elaroussi, diretor-geral da TRICHODEX, abordou a regeneração dos solos e o papel do microbioma na resiliência agrícola.
- Rocío Vilches, da subdireção-geral de Higiene Ambiental e Saúde no Trabalho do Ministério da Saúde, falou sobre os produtos fertilizantes à base de microrganismos e os requisitos de dados numa perspetiva de saúde humana.
- Por seu turno, Soledad Sacristán Benayas, professora catedrática da Universidade Politécnica de Madrid, abordou as múltiplas facetas dos fungos endófitos, desde o promotor do crescimento até à sua utilização em biocontrolo.
- E por último, Javier López Navas, responsável de Operações Agrotech da EOSOL falou sobre como a empresa digitalizou o solo de Espanha com Inteligência Artificial e mais de 50 anos de análise de solos.
A jornada terminou com a intervenção de Augusto Arce, diretor da Cátedra, com uma mensagem de otimismo e determinação, que reflete o consenso sobre a necessidade de adotar medidas eficazes para cuidar dos solos. Este encontro anual, que já celebrou a sua 16.ª edição, consolida-se como um espaço essencial para a colaboração, o debate e a inovação, para promover um futuro agrícola com mais respeito pelo meio ambiente.